Silvia é uma mãe que batalha pelos direitos dos celíacos.
Mãe de Emanuel (6 anos e celíaco) e com vários problemas na escola onde o seu filho estudava, Silvia percebeu que já não adiantava mais conversar.
Tanto a equipe pedagógica quanto os pais dos alunos, além de sua própria família, a achava neurótica com os cuidados do filho.
Silvia percebeu que necessitava de amparo legal. Foi onde resolveu procurar a Câmara Municipal de Cuiabá para verificar a possibilidade de criar um Projeto de Lei para assegurar os direitos de seu filho. A história chegou ao vereador Luís Cláudio de Castro Sodré (PP), o qual a convidou para falar na Tribuna Livre da Câmara.
Em agosto de 2017, surgiu a "Lei Emanuel Jecev", aprovada na Câmara Municipal de Cuiabá.
Esta lei visa oferecer treinamento para qualificar os servidores das escolas municipais para que estejam aptos a reconhecer a criança que necessita de cuidados especiais em razão da doença celíaca.
A Silvia, carinhosamente concedeu uma entrevista para o nosso blog.
Emanuel foi diagnosticado aos 3 anos de idade. Iniciamos a dieta assim que saiu o diagnóstico. Aprender a cozinhar não foi fácil... Muita coisa jogada no lixo, mas levei tudo com diversão para não me frustrar. Tentei ao máximo envolver Emanuel nos preparos e assim nos divertimos juntos e, com todo este envolvimento tornamos tudo mais leve e o mais normal possível para todos nós.
No primeiro ano escolar do Emanuel não foi fácil. Eu fui a mãe do celíaco exagerada, louca, que queria o filho numa bolha, foi bastante complicado. O meu filho Emanuel foi negligenciado e deram uma massinha de modelar com glúten para que ele pudesse brincar e isto fez com que ele passasse mal, não foi fácil este período. Nesta antiga escola, o meu filho se contaminou algumas vezes.
Hoje, na nova escola unimos informações - família e escola; e com tudo isto fizemos a parceria perfeita para o Emanuel. Somos acolhidos, respeitados, compreendidos e qualquer dúvida a escola me procura para fazer qualquer tipo de adequação caso seja necessário.
Como diz Emanuel: “- Nesta escola eu sou igual a todos!”
Esta é a certeza de que a nossa parceria está tendo o melhor resultado para o aluno.
Nesta nova escola, as suas refeições são realizadas dentro de sala de aula com todos os alunos juntos, porém, cada um sentado na sua carteira. Após o lanche eles saem para o intervalo e neste período entra a equipe de limpeza para fazer a higienização da sala e limpeza. Em relação ao comportamento, ele abraça não só os amigos como toda equipe escolar. Quanto ao beijo nós seguimos a orientação de que beijar não é o adequado já que não sabemos se os amigos comeram glúten.
O meu filho faz os exames anuais que a celíaca exige e acompanhamento com uma nutricionista. Já que ele também é renal faz tratamento e, conforme a necessidade, faz troca alimentar a qual está associada a vários fatores para manter o bom funcionamento renal. Não fazemos uso de qualquer medicação.
Durante cerca de dois anos o meu filho teve algumas outras restrições alimentares, hoje, apenas ao glúten.
O meu conselho para as mamães é para que tenham calma! Pode parecer loucura ou o fim do mundo, mas ver o seu filho recuperado de muitos quadros de doenças inexplicáveis, vê-lo saudável e se alimentando de forma adequada para sua condição faz com que esqueçamos qualquer diagnóstico! Aprendemos a lutar, ensinar, viramos agente informativo sobre a condição celíaca e descobrimos qual a nossa missão no mundo. Amor e paciência vence qualquer barreira. Ver nosso filho saudável é o mais importante.
Quero deixar aqui também o meu agradecimento à essa grande mulher que é a Silvia que hoje acolhe não só as mães como ela, mas a todas as pessoas que sofrem com a falta de informação e orientação sobre a doença. Silvia é um exemplo de mulher!!!!
ResponderExcluirSílvia, Deus te abençoe poderosamente!
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