sexta-feira, 25 de abril de 2014

A Branca de Neve Celíaca




 
Era uma vez uma linda menina de pele branca , olhos negros e  lábios vermelhos como o sangue. O seu nome era Branca de Neve.
Desde pequenina a rainha, sua mãe, descobriu que ela não podia comer alimentos que continham glúten, como pães, bolachas, pizzas e outras massas que são feitas com farinha de trigo.
Mas Branca de Neve era feliz porque todas as empregadas do reino faziam delícias sem glúten como bolo de chocolate, biscoitos em formato de bichinhos e tantas outras delícias.
Ainda pequenina a mãe de Branca de Neve morreu e para que ela não crescesse sem mãe, o seu pai casou-se com uma mulher jovem e linda.
Esta madrasta de Branca de Neve tinha um espelho e todas as manhãs quando acordava ela perguntava a ele:
- Espelho, espelho meu, existe alguém mais linda do que eu?
E o espelho sempre respondia que ela era a mulher mais linda do reino.
Passado alguns anos, numa manhã a madrasta de Branca de Neve perguntou ao espelho quem era a mulher mais linda e para o seu espanto o espelho respondeu:
- Existe agora uma jovem que é a mais bela do reino e seu nome é Branca de Neve.
A rainha má ficou furiosa e criou um plano: a partir daquele dia colocaria glúten escondido na comida de Branca de Neve sem que ninguém percebesse.
Branca de Neve começou a passar mal e a ter fortes dores de barriga, a sua pele ficou cheia de carocinhos que coçavam muito e ela vivia doente. Com o passar do tempo Branca de Neve já não era a mais bela porque estava sempre com dor, vivia no banheiro e não tinha ânimo para brincar e desta forma a rainha voltou a ser a mais bela do reino.
Até que um dia, uma serva do reino contou a Branca de Neve que via a sua madrasta colocar farinha de trigo e aveia em sua comida e por esta razão ela estava passando mal. Para ajudar Branca de Neve, ela chamou o seu marido que também era servo do reino para tirar Branca de Neve do palácio e levá-la para floresta a fim de que ela pudesse se livrar da sua madrasta e de suas maldades.






Já na floresta, Branca de Neve sentiu medo por estar sozinha, mas fome ela não passou porque como as frutas, legumes e verduras são livres de glúten ela encontrou tudo isto para comer em meio a floresta. Mais tarde, resolveu colher algumas frutas para o seu lanche da tarde e sentada num galho de uma árvore ela avistou uma casinha pequenina e lá entrou.
Como não tinha ninguém e parecia que a casa estava abandonada, Branca de Neve limpou tudo e cansada, foi dormir.
Os donos daquela casinha estavam trabalhando e ao final do dia retornaram da mina onde trabalhavam. Quando chegaram em casa tiveram uma grande surpresa: tudo estava limpo e no ar havia um cheiro maravilhoso de uma sopa que estava a cozinhar no caldeirão.
Um dos anões por nome de Dunga já ia enfiar a mão na sopa para experimentar, quando Zangado o advertiu:
_ Não faça isto, e se tiver glúten?
Ao subir as escadas os sete anões entraram no quarto e viram a moça mais bela que já tinham contemplado: Branca de Neve.
Ao acordar, ela contou para os sete anões tudo o que se passava no reino e o porque fugiu de lá.
Os anões disseram que ela poderia morar com eles naquela casa, mas com uma condição: ela teria que fazer comida sem glúten para eles porque todos os sete anões eram celíacos.
Branca de Neve abriu um grande sorriso e disse:
- Não tem problema, porque eu também sou celíaca e não posso comer glúten. Eu garanto a vocês que vou preparar os mais gostosos quitutes sem glúten todos os dias e livre de contaminação.
Os anões ficaram muito felizes.



Branca de Neve voltou a comer frutas e alimentos livres de glúten e desta forma começou a ganhar peso novamente, voltou a crescer e a ter ânimo para fazer as coisas e sua pele voltou a ser maravilhosa. Ela estava feliz!
Um dos anões, o Mestre, deu conselhos a ela:
- Nunca abra  a porta para pessoas desconhecidas e nunca aceite nenhum alimento que você não saiba se tem glúten ou não.
Certo dia a madrasta ficou sabendo que Branca de Neve estava viva e resolveu tomar uma poção mágica para se transformar numa velhinha e enganar Branca de Neve.
Numa manhã, a jovem estava preparando deliciosos cupcakes sem glúten quando a sua madrasta disfarçada de uma velhinha camponesa bateu em sua porta e disse que estava passando mal.
Branca de Neve se esqueceu do conselho que o Mestre havia lhe dado e deixou-a entrar e lhe deu um copo d’água.
Como recompensa, a bruxa lhe ofereceu balas e chocolates cheios de glúten e sem perguntar nem ler a embalagem para ver se continha glúten ou não a Branca de Neve os comeu.
Após comer a sua barriga inchou e ela começou a ter fortes dores no estômago e ficou sem forças. A madrasta disfarçada aproveitou que Branca de Neve estava fraquinha e enfiou um pedaço de maçã envenenada em sua boca. Sem forças para lutar ela acabou engolindo a maçã e caiu num sono profundo.
A bruxa saiu correndo e ao tentar fugir escorregou numa pedra, caiu de um penhasco e morreu.
Ao chegar do trabalho os anões mal puderam acreditar: Branca de Neve estava morta!
Sem coragem de enterrá-la eles a colocaram num esquife de vidro e todos os dias prestavam homenagens a ela com flores e muitas lágrimas.
Os anos se passaram e certo dia um príncipe ouviu falar de uma jovem princesa celíaca que havia morrido e resolveu encontrá-la.
Ao ver Branca de Neve tão linda dentro do esquife o príncipe não resistiu e deu-lhe um beijo. Assim que a beijou, Branca de Neve despertou de seu sono profundo.
Feliz, o príncipe a pediu em casamento. Branca de Neve aceitou e  foram morar no palácio onde o príncipe fez um decreto que a partir daquele dia não haveria mais glúten em todo o reino. Os dois tiveram muitos filhos e  foram felizes para sempre!






Autora: Erivane de Alencar Moreno

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