segunda-feira, 18 de julho de 2016

Fortaleza

Hoje vou falar sobre Fortaleza - CE. Um lugar lindo, com muitas praias, sol, calor o ano inteiro e... muitas coisas boas sem glúten.
Viajar para o Nordeste do Brasil é muito bom porque temos muitos pratos de origem da mandioca, que é naturalmente sem glúten, porém, em Fortaleza, o que me impressionou foi o conhecimento das pessoas em relação ao glúten.
Infelizmente, no Brasil, a celíaca ainda não conseguiu atingir a sociedade, de forma que a divulgação tem sido feita em relação ao glúten. Pois então, em Fortaleza, muitas pessoas sabem o que é o glúten e o mal que ele faz à algumas pessoas.

Comemos no restaurante Cabaña Del Primo (http://www.cabanadelprimo.com.br), no Coco Bambu da praia de Meirelles e foi tudo perfeito. Conversamos com os gerentes e fizeram tudo à parte para nós.

Num dos passeios que fizemos, à praia de Morro Branco para visitar as falésias, eu levei o almoço da minha filha. Aliás, sempre que vamos passar o dia fora eu levo a marmita dela. Nos hospedamos sempre num apartamento onde eu possa cozinhar. Faço um macarrão ao sugo e um filé de frango empanado e o dia está garantido! Pois bem, quando chegamos à barraca, eu fui conversar diretamente com a dona para pedir para colocar a marmita na geladeira e aquecer na hora do almoço. A Rafaela, muito simpática, disse que sabia que o glúten era a farinha de trigo e que seu filho também tem alergia alimentar, porém, a sua alergia é ao leite. Para onde ela vai, também leva a comida dele, pois disse que muitas vezes ela confiou e ele comeu e passou mal - teve reações respiratórias e na pele. Daí em diante o papou durou...  Sempre que conheço alguém que tem alguma restrição alimentar é como se eu tivesse encontrado uma pessoa conhecida e aí eu já me sinto em casa!
Ela então fritou uma porção de macaxeira (mandioca) num óleo à parte. A minha filha comeu macaxeira o dia todo!

Num dos passeios que fizemos, paramos num Engenho para conhecermos o trabalho deles e comprarmos rapadura. ocnversa vai, conversa vem, adivinhem? Uma das donas descobriu ter intolerância a lactose e alergia ao leite há poucos meses. Ela disse: "Eu aqui cercada por essas delícias todos os dias e não posso nem pensar em comer nada disso!"
Pude perceber que a cada dia vem surgindo mais pessoas com reações ao leite e ao glúten.
Naquele dia, ela nos serviu uma cocada cremosa que mais parecia um bolo. Um dos doces mais gostosos que já provei na vida, e o melhor: sem glúten!

No café da manhã de domingo, fizemos questão de ir ao Centro das Tapiocas, onde sabemos que é naturalmente sem glúten. No lugar onde comemos, tinha também o famoso mungunzá (nossa canjica aqui em São Paulo) e a canjiquinha (que é o nosso cural de milho). Tudo sem gluten e delicioso!

Aliás, a tapioca sempre me salva quando viajamos para o Nordeste porque a minha filha ama, é barato e encontramos em vários lugares com vários recheios que também não tem glúten.

Então é isso! Viajar é bom, alegra o espírito, traz conhecimento e é perfeitamente possível viajar mesmo tendo restrição alimentar.
Mais um lugar mega recomendado!











terça-feira, 26 de abril de 2016

Dificuldades do Celíaco no Brasil

O Brasil nos testa até ultrapassarmos os nossos limites!

A pessoa que usa transporte público pensa:"Por quê eu fui nascer pobre? Para ter que ir pendurado no ônibus e espremido no metrô todos os dias demorando 3 horas no trajeto do trabalho/casa?

O deficiente, mediante tantas dificuldades se pergunta revoltado: - "Por quê eu fui nascer assim?"

O doente se maldiz por ter ficado nesta condição porque muitas vezes demora um ano para agendar uma consulta médica no Posto de Saúde Pública.

O celíaco por sua vez fica indignado porque se quiser comer alimentos sem glúten tem que passar boa parte da vida na cozinha ao invés de curtir a vida. Anda cansado e muitas vezes passa fome na rua por não ter lugar para comer.

Pensemos: "será que os países desenvolvidos são assim?" 

Nos Estados Unidos e em tantos outros países o transporte público funciona de forma que até o rico tem o hábito de utilizá-lo. Portanto, usar esse tipo de transporte diariamente não traz revolta às pessoas.
Será que um deficiente na Alemanha se revolta por ser deficiente? Não. Porque lá ele tem o seu direito de ir e vir garantido. Ele não depende das pessoas para quase nada porque o país foi pensado em acessibilidade para os portadores de necessidades especiais.
Será que na Austrália, na Argentina, no Uruguai, nos EU e nos países da Europa as pessoas se revoltam por serem celíacas? Ficam o tempo todo na cozinha? Tem que ficar explicando o que é doença celíaca para todo mundo todos os dias? Tem que levar uma mochila de comida para onde vai porque não tem lugar para comprar um lanchinho sem glúten? A resposta é NÃO!!!
Sabe porquê? Porque ser celíaco é normal. Assim como ser deficiente, como ser diabético, andar de transporte público, etc... Todos são normais e têm o seus direitos garantidos e preservados.

O que estou querendo dizer com isto é que o nosso problema não está em ser celíaco e sim no subdesenvolvimento do nosso país. Na falta de investimento do Governo em baixar os impostos para as empresas que trabalham com produtos sem glúten. Aliás, baixar impostos? O que isto quer dizer num país como o nosso onde o governo nos rouba na cara larga e no final das contas eles aumentam os nossos impostos para cobrir o rombo? Me sinto naqueles filmes onde a rainha má aumenta cada vez mais os impostos e a população fica cada vez mais na miséria.

Você pode estar se perguntando: - Mas o que a celíaca tem a ver com aspectos políticos?
Na minha opinião, tudo! E isto é porque os celíacos que vivem em países desenvolvidos não tem um terço dos problemas que temos aqui. Assim como o cadeirante não tem um terço dos problemas que os deficientes tem aqui no Brasil e por aí vai...
Os nossos problemas são típicos de um país atrasado onde não se pensa coletivamente, em prol da sociedade. Não é a doença celíaca meu caro, é o Brasil!

É inimaginável uma pessoa na Argentina ter que levar uma mala enorme de comida quando sai para passar o dia num parque. Sabe por quê? Porque lá eles vendem pizza e outros lanches aptos para celíacos. A oferta de produtos sem glúten em vários países é muito, mas muito maior que no Brasil. Os valores são os mesmos ou muito próximos dos produtos que tem glúten. As pessoas tem educação celíaca de forma que todos sabem o que é ser celíaco e o que é contaminação cruzada. 
No Texas (Estados Unidos), tem escolas que não deixam nenhum criança levar alimentos que contenha leite, amendoim e glúten. Os pais respeitam as regras, os amiguinhos aprendem o respeito e a coletividade desde pequenos e todos crescem felizes e educados! Isto ocorre em várias escolas em todo o país.
Aqui no Brasil, encontro várias futuras pedagogas nas palestras em que ministro sobre Doença Celíaca dizendo que é só colocar a criança celíaca para comer separado e tudo bem. Encontramos diretoras de escolas que não aceitam crianças celíacas dizendo que não se responsabilizam pelo bem estar desta criança.
Gente, em que país nós estamos?
Em pleno século XXI vivemos como primatas e ainda temos muito que avançar.

Enquanto isto quem sofre são os nossos filhos... E eu me pergunto: Será que um dia isto vai mudar? Será que realmente estamos construindo um futuro ou estamos patinando no mesmo lugar?
Enquanto eu não tenho a resposta, me resta sonhar em proporcionar um futuro onde a minha filha possa se sentir "normal" e neste momento eu só sei dizer que este futuro não está aqui no Brasil. Pelo menos, não num futuro próximo.
Acontece que e ela não pode esperar. Ela precisa de mudança já!!!

Portanto, da próxima vez que você reclamar de ser celíaco, pense nisso: o problema não é você, não é a doença. O problema é o país onde você mora!


















Celíaca x Sociedade

Quero deixar aqui a minha opinião a respeito das dificuldades que os nossos filhos passam com a celíaca. 
Para mim, devemos tudo à falta de investimento em educação por parte dos nossos governantes. Vou explicar: um país que investe em educação tem um povo informado e civilizado. O que é um povo civilizado? É um povo que tem tolerância, sabe respeitar o outro e, sobretudo, sabe conviver em sociedade. É um povo educado e que tem o hábito de ler e se informar sobre os mais adversos assuntos. É um povo que se abre para o diferente.
No nosso país as pessoas não leem, não se informam e cada vez mais tem demonstrado a falta de tolerância, o desrespeito e a falta de educação. Pessoas assim apontam, falam mal, são ignorantes. E quem sofre? Os nossos filhos, os deficientes, os negros, os pobres e àqueles que não são ditos como "normais" para a sociedade. Em países desenvolvidos onde as pessoas tem acesso a educação existe igualdade, inclusão social, acessibilidade e o respeito ao próximo. Claro que perfeição não existe, mas muitos países estão anos luz à nossa frente tanto em termos de civilidade quanto em termos da celíaca. Por isso, acredito que se morássemos num país melhor os nossos filhos não sofreriam tanto em termos de desrespeito da sociedade (ignorância e falta de conhecimento de professores, diretores de escolas, padres, pastores de igreja, parentes, amigos, e por aí vai). 
Penso que a nossa vida seria mais fácil. Noto isso quando converso com mães de celíacos que moram em outros países. Muitas vêm passear no Brasil e através do meu blog enviam mensagens perguntando onde podem se alimentar, onde podem comprar e percebem que a nossa realidade é muito difícil e atrasada. Sim, vivemos num país atrasado. 
Eu acho que não é a condição celíaca que é difícil - penso que é a estrutura de um país atrasado que não nos proporciona a facilidade que deveríamos ter por direito, para que então pudéssemos encarar esta intolerância com mais leveza. ‪#‎porumpaismelhor

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Punta Del Este - Uruguai

Após o diagnóstico da celíaca, ficamos preocupados com as viagens.
A restrição alimentar interfere muito na vida social de pessoas celíacas e muitas famílias optam por não se aventurar.
Bem, eu sou uma mulher com espírito aventureiro e que ama viajar! Sendo assim, sempre viajamos; mesmo após o diagnóstico da minha filha. 
No entanto, sempre tive medo de sair do país com ela, porque eu não sabia como seria a sua alimentação. 
Quando viajo, sempre levo uma bolsa térmica grande como bagagem de mão, no avião. Nela eu levo pães, biscoitos, cereal, achocolatado em pó e já levei até bolo e torta salgada, quando fomos para Porto de Galinhas!
Como bons paulistanos que somos, gostamos muito de viajar para o Nordeste, e lá, encontramos muitos pratos elaborados com mandioca que não contém glúten, além de sempre contarmos com o bom coração e simpatia do nordestino, que faz de tudo pela minha filha, seja em restaurante, pousada ou hotel.
Em 2015, no entanto, resolvemos mudar o nosso destino. Programamos uma viagem para o Uruguai e Argentina.
Todos me diziam que lá tem uma oferta muito grande de produtos sem glúten e isso me deixou mais calma, porém, não menos apreensiva. 
Mãe é mãe em qualquer lugar do mundo, e mesmo sabendo de toda essa oferta, eu levei o pão para 15 dias (a minha filha não come pão sem glúten de nenhuma marca - diz que só gosta do que eu faço). Levei também alguns biscoitos, o achocolatado em pó e dois litros de leite de arroz. 
Desta vez, eu entrei no avião com a sensação de que estava esquecendo de alguma coisa. Sim! Para quem estava acostumada a levar a casa na bolsa térmica, quando ia logo ali  passar uma semana no Nordeste, ou mesmo para alguma cidade do interior de São Paulo, eu não levei quase nada para ficar 16 dias fora do meu país!
Após acomodar a bolsa térmica no avião, olhei para a minha filha e senti um frio na barriga e um arrependimento enorme por não ter levado mais alimentos para ela. Todavia, já era tarde demais para pensar em fazer alguma coisa e o jeito foi tentar relaxar e exercitar um pouco da minha fé.
Assim que chegamos no Uruguai, mais precisamente em Punta Del Este, a primeira coisa que fizemos foi ir a um supermercado.
Ah! Antigamente ficávamos em hotel, depois passamos a ficar em pousada, onde o tratamento é mais informal e me abriam espaço para cozinhar de vez em quando, e, desta vez, alugamos um apartamento, onde eu poderia preparar a refeição e, com isto, diminuir o risco de contaminação com glúten.
Bem, tão logo entramos no mercado, eis que vejo uma gôndola enorme com vários produtos sem glúten. Sabe aquela criança que entra na loja de brinquedos e os olhinhos brilham de tanta emoção? Esta era eu em meio a tantos produtos sem glúten!
Os preços? Comparados aos do Brasil, são altos, porém, tudo é muito caro no Uruguai. Mas comparado aos produtos com glúten que são vendidos por lá, não há diferença. Aqui no Brasil, tem biscoitos com glúten que custam uma média de R$ 2,00 e o sem glúten chega a custar de R$ 12,00 a R$ 23,00. Lá, os preços são os mesmos e para quem mora naquele país, não existe o impacto de comprar produtos sem glúten.







Estando por lá, procure o Fresh Market (fica na parte de trás do Punta Shopping). Esse mercado é caro porque é estilo o nosso Pão de Açúcar (classe A).
Dentro do Shopping, tem um mercado enorme (estilo Carrefour), chamado Tienda Inglesa. Foi só falar com um repositor e dizer a palavra: "celíaco" que ele já foi me mostrando gôndolas e mais gôndolas com produtos sem glúten. Muito cereal, biscoitos, bolos, macarrão, entre outros.
Na praia Mansa, quiosque nr.5 - Pilsen, levei a lancheira com o almoço e café da tarde da minha filha,  e pedi para guardarem na geladeira e aquecerem quando fôssemos almoçar. Aproveitei e pedi para conversar com o dono do restaurante e perguntei se havia algo sem glúten. Ele fez uma careta e eu disse: "A minha filha é celíaca." Na mesma hora ele disse: "Ah, sim. Celíaca!" - E disse que não tinha cardápio, mas que poderia preparar alguma coisa. Foi até a cozinha e chamou o chefe. Este disse que não achava bom preparar algo para ela porque no local onde ela grelhava as carnes tinha farinha de trigo e haveria contaminação. Fiquei boquiaberta ao ver o entendimento dos uruguaios a respeito dos celíacos. Aqui no Brasil, se dissermos a palavra celíaco, as pessoas não fazem a mínima ideia do que se trata.
Neste dia a minha filha viu várias crianças tomando sorvete e desde o dia em que chegamos, com um calor de 40graus ela não pôde tomar um sorvete sequer, porque todas as marcas tinham glúten. Ainda no restaurante, ela ficou cabisbaixa e algumas lágrimas rolaram. Ela disse que não gostava de ser celíaca.
Com o coração em pedaços, mais uma vez fui forte e disse para ela ver o lado bom das coisas, pois tínhamos comprados cereal e vários biscoitos deliciosos sem glúten. 
Bem, a partir daquele momento eu tinha uma missão: fazer o possível e o impossível para encontrar um "helado" sem glúten para ela.
No dia seguinte, a tarde, encontramos a Sorveteria Pecas. Ela é enorme e fica na esquina na Av. Gorleros com a Rua Pecas, na praia Brava. O sorvete de massa parece o sorvete do Stupendo, aqui no Brasil: maravilhoso!
Quando perguntei à atendente se havia algum sorvete próprio para celíaco, ela abriu um sorriso e disse que só tinha 5 sabores que tinham glúten - o restante era apto para celíaco e sem contaminação.
Dia, 31/12/15, último dia do ano - alugamos um carro para visitar as praias mais distantes. Neste dia eu levantei cedo, fiz um macarrão com molho à bolonhesa e levei na mochila térmica. Paramos num restaurante que fica no meio do nada na praia de José Ignácio - um lugar paradisíaco! E não é que a atendente do restaurante sabe o que é celíaco?  A ACELU - Associação aos Celíacos no Uruguay tem feito um grande trabalho junto aos restaurantes. Ela propôs preparar um chivito separadamente para a minha filha. O chivito é um lanche com uma carne grelhada, ovo frito, alface e tomate. Vem no prato e pode-se comer sem o pão. Como eu já tinha levado o macarrão, ela aqueceu e a minha filha comeu toda contente, pois ela ama comer macarrão á bolonhesa.
No primeiro dia do ano de 2016, almoçamos no SIN GLÚTEN, na Av. Joaquim Lenzina. Lá, a Elisete vende discos de pizza, empanadas de pollo, jamón y queso, hamburguesa, medialuna, alfajor, etc. Comemos lá e fizemos uma compra para levar na nossa mala. Conversei muito com a Elisete, pois como a minha filha diz, eu falo mais do que a boca. Gostei muito de conhecer o dia a dia da loja dela, o seu filhos de dez ano que é celíaco e fiquei sabendo que 90% dos celíacos que passam por lá não tem problemas com lactose. Aliás, por todos os lugares que passei eu perguntei e disseram que uma parcela mínima dos celíacos não consomem leite. Interessante, porque no Brasil, a maioria dos celíacos dizem ter intolerância a lactose ou mesmo sem ter problema, preferem abstê-lo da alimentação. E por falar nisso, outro fator que achei muito legal foi o fato de venderem refrigerante nas lojas especializadas em produtos sem glúten, porque aqui no Brasil, as pessoas celíacas falam mal do  refrigerante e se você disser que tem vontade de ir á um McDonald's, elas são capazes de te exorcizar! 
A restrição alimentar de um celíaco já é pesada demais, e, se não pudermos nem nos dar ao luxo de tomarmos um refrigerante ou de comermos um lanche de vez em quando, vamos viver de quê? Eu penso que um dos grandes prazeres da vida é comer e que o equilíbrio vale para tudo na vida. Quem é adepto dos sucos e da água, ok. Mas quem gosta de refrigerante e de cerveja, que seja feliz! O importante é não beber até cair e nem tomar refrigerante todos os dias.
Bem, segue abaixo algumas fotos dos dias que passamos em Punta Del Este.





                                             Eu, Elisete a Amanda

Montevidéu - Uruguai

Em Montevidéu também tem muita oferta de produtos sem glúten. A rede de mercados Ta-Ta e Disco tem gôndolas separadas com várias marcas de cereais, biscoitos, macarrão, farinhas, alfajor, etc.
Embora haja toda essa oferta, tem uma coisa que eu sinto muita falta e não encontro para vender: pão.
Sabe àquele pão feito na hora? Pode ser uma baguete ou qualquer outro pão, mas poder chegar em algum lugar, comprar um pão e comer na hora, sem ter que aquecê-lo, seria maravilhoso!
Como saíamos de manhã para passear e voltávamos somente à noite, eu levava a comida para aquecer em algum lugar. Em todos os restaurantes, eles tem boa vontade e "calientam" a comida em pote fechado, no micro-ondas. Estão todos atentos à contaminação e são bem prestativos. Normalmente oferecem a parrilla, que é o nosso churrasco, aqui no Brasil. Lá, eles temperam somente com sal e numa grelha bem grande eles assam no carvão a carne, a linguiça e o frango. Delicioso e sem contaminação! Não tem farinha de trigo na grelha nem pão com alho!
No segundo dia em Montevidéu, o meu marido descobriu uma Rotisseria, duas ruas acima de onde estávamos, com vários produtos sem glúten. Trata-se da SIN RIVAL. Com vários endereços espalhados peça cidade, tivemos a sorte de encontrar uma loja bem próximo de onde estávamos hospedados. Eles fazem massas com glúten e os produtos sem glúten, são comprados de uma empresa, portanto, preparados em outro local. Nesta loja, eles ficam numa geladeira separada, onde por fora, há uma faixa bem grande escrito: celíacos. Tem nhoque, empanadas de diversos sabores, pão para pancho (hot dog) e alfajor. Conversei com o dono e quando falei sobre contaminação, ele riu e me explicou que tudo é feito fora dali, com a maior segurança e, nada tem contato com os produtos que eles fabricam por lá.
No dia seguinte, fomos ao Museu do Futebol e depois pegamos um táxi para irmos almoçar. O La Comeddia que me indicara estava fechado. Fomos então ao Mercado Agrícola e almoçamos no Pellicer.  Este restaurante não tem cardápio para celíaco, mas me disseram que recebe muitos turistas celíacos. O atendente me deu aula sobre contaminação cruzada e me disse quais os pratos eu poderia pedir que não haveria glúten e nem contaminação. De postre (sobremesa), pedimos um helado (sorvete). Vem na taça com três bolas: morango, creme e chocolate.




Em frente ao Pellicer, tem o Helado Autor, com vários sabores de sorvete de massa. Eu indico o de dulce de leche. Dos deuses!
No Mercado Agrícola, que mais parece o nosso mercado municipal, aqui em São Paulo, tem várias lojas com produtos sem glúten e, dentre elas, o Almacén del Celíaco , porém é tudo muito caro e não gostei do atendimento. Eles tem um micro-ondas para aquecer as empanadas que compramos lá, mas não tem área para comer. É somente uma loja para comprar.
No final da tarde, de volta ao apartamento, na 18 de Julio, perto da Praça do Entrevero (esqueci de anotar o nome), achamos outra loja com produtos sem glúten. Tem um balcão pequeno para comer e eles aquecem as empanadas para comermos na hora e fazem um suco. Lanchamos ali mesmo. Nesta loja, tem pão de fôrma com frios numa bandeja de isopor e quando aquecemos, o pão fica mega macio! Além das empanadas, tem bolo, alfajor, bolo no pote e várias outras sobremesas. Eu fiz amizade com duas argentinas que estavam de férias em Montevidéu e estas me disseram que em Buenos Aires tem muitos lugares para comer sem glúten.
Em nosso último dia em Montevidéu, o que pude perceber é que não existem muitos restaurantes especializados em comida sem glúten, mas como os uruguaios comem muita parrilla e é tudo temperado somente com sal, é muito tranquilo comer por lá. As papas fritas e papas al plomo acompanham a parrila (eles não tem hábito de comer muito arroz). Papas al plomo são batatas assadas inteiras com casca e tudo e sem recheio. Papas fritas são as batatas fritas e é só confirmar se tem uma fritadeira somente para elas. A maioria dos lugares fritam as batatas separadamente.





Embora não haja muitos restaurantes, há várias lojas e mercados com produtos sem glúten, e o mais importante: todo mundo sabe o que é celíaco e te dão aula sobre contaminação!
Em nosso último dia nesta cidade tão gostosa, comemos um pancho La Pasiva, na praça do Entrevero. Lembra que eu disse que na SIN RIVAL vende pão para pancho (hot dog)? Então, levamos o pão sem glúten e eles trocam as luvas para colocar a salsicha com o bacon tostado no pão. A minha filha comeu conosco e ficou superfeliz!


segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Hotel Fazenda Vale da Mantiqueira-MG

Quando estivemos no Hotel Fazenda Vale da Mantiqueira em MG, em 2011, eles ainda nem sabiam o que era a doença celíaca.
Trocamos vários e-mails e fui na fé! :)
Chegando lá, entreguei diversos gibis da ACELBRA e tive longas horas de conversa com chefs de cozinha. Também tive a oportunidade de falar com o dono do Hotel Fazenda.
De lá para cá, eles se especializaram e fiquei sabendo que estão fazendo alimentos sem glúten para os celíacos.
Fomos somente uma vez para este paraíso e fomos bem atendidos. Destinaram uma chef para nos atender no horário das refeições (café da manhã, almoço e jantar), para dizer o que a minha filha podia ou não comer. Simplesmente perfeito!

Ah! Como fomos em época de Páscoa, eles fizeram a caça aos ovos de Páscoa no domingo pela manhã. A maioria dos hotéis fazem isto nesta época. Se você for neste período, leve um ovo de páscoa sem glúten e quando a criança encontrar o ovo que o hotel der, converse com ele e faça a troca.


Maceió

Ficamos no Maceió Mar Hotel, em frente a belíssima praia de Pajuçara.
O chef de cozinha nos atendeu muito bem.
Na maioria dos lugares tem muita macaxeira e tapioca , o que torna a nossa vida bem mais fácil porque esses alimentos são naturalmente sem glúten.
Jantamos em alguns lugares como a Bodega do Sertão onde os chefs ficam ao lado dos clientes para informar tudo o que tem glúten e lactose. Uma maravilha!  http://bodegadosertao.com.br/
Também tem o Império do Camarão onde, pelo fato da minha filha não gostar de camarão, eles fizeram um filezinho de frango numa frigideira à parte, fritaram uma porção de batata para ela num óleo à parte (mesmo tendo fritadeira só para batatas), enfim, fomos vários dias jantar neste restaurante e o atendimento foi ótimo!
A nossa estadia foi maravilhosa!




 Ela preparava tapiocas deliciosas todos os dias no café da manhã

 Gerente da cozinha - superatencioso!
Chef da cozinha que atendeu-nos maravilhosamente durante a nossa estadia no Maceió Mar Hotel